Redação Sariguê News
O Ministério Público de Santa Catarina informou que trabalha para identificar as pessoas que fizeram a saudação nazista em São Miguel do Oeste, durante mobilização favorável ao presidente Jair Bolsonaro e em defesa da intervenção militar para anular o resultado da eleição da qual o metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva saiu vitorioso.
Segundo o MPSC, o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), força-tarefa que reúne outros írgãos de segurança, está à frente da investigação e buscará identificar as centenas de pessoas que faziam o gesto - 'Sieg Heil', uma espécie de reverência, que ficou consagrado na Alemanha de Adolf Hitler (1889-1945) como símbolo da ideologia nazista.
O ato ocorreu na quarta-feira, 2 de novembro de 2022, em frente ao 14º Regimento de Cavalaria Mecanizado, base do Exército na cidade. O gesto consiste na mão estendida e foi repetido por centenas de pessoas, a maioria vestidas com as cores verde e amarelo, enquanto cantavam o Hino Nacional.
"Fazer apologia ao nazismo é crime", observou a nota do Ministério Público. "Uma vez identificadas, será produzido um relatório e as informações encaminhadas para 2ª Promotoria de Justiça da Comarca, que possui atribuição criminal, para responsabilização dos envolvidos", explicou a coordenadora do Gaeco de São Miguel do Oeste, promotora Marcela de Jesus Boldori Fernandes.
Repúdio da Confederação Israelita
Nota da Confederação Israelita do Brasil (Conib) repudiou o ato bolsonarista. "As imagens de manifestantes fazendo saudações nazistas em protesto em Santa Catarina são repugnantes e precisam ser investigadas e condenadas com veemência pelas autoridades e pela sociedade como um todo", diz trecho da nota.
"O nazismo prega e pratica a morte e a destruição. A sociedade brasileira não pode tolerar posturas como essa. Fazer esse gesto vestindo camisa da seleção brasileira é também uma ofensa às nossas Forças Armadas, que lutaram bravamente contra as forças nazistas na Europa durante a Segunda Guerra Mundial", finaliza.
Embora seja muito difícil precisar este número, estudos históricos apontam que pelo menos seis milhões de pessoas foram assassinadas pelas políticas e polícias nazistas na Europa ao final da primeira metade do século passado.