Sariguê News
O diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, que ganhou notoriedade nos últimos dias por conta do processo eleitoral, respondeu a oito sindicâncias internas na instituição. No entanto, quem desejar saber detalhes sobre cada uma delas terá que esperar: o presidente Jair Bolsonaro decretou sigilo de 100 anos sobre os processos - estão inacessíveis até 2121.
Foi o que revelou reportagem da Revista "Piauí", publicada em agosto de 2022 e assinada pelo repórter Allan de Abreu. Ainda segundo a reportagem, Silvinei Vasques foi indicado para o cargo pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos filhos do presidente.
No dia da votação, a PRF instalou barreiras nas estradas, principalmente no Nordeste, dificultando o acesso de eleitores às seções da Justiça Eleitoral para votar. Após os resultados, no dia seguinte, viu sob críticas de inoperância e até apoio aos manifestantes mais de duas centenas de barreiras serem instaladas nas estradas em todas as regiões do país.
Para ver a reportagem com o perfil de Silvinei Vasques na Revista "Piauí" - clicar aqui
Protestos e o STF
Os atos defendem a intervenção militar e questionam, sem apresentar provas, a lisura do processo eleitoral.
Na noite da própria segunda-feira (31), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Rodoviária Federal e as polícias militares dos estados desbloqueiem imediatamente as vias. Moraes atendeu a um pedido da Confederação Nacional dos Transportes e do vice-procurador geral eleitoral, Paulo Gonet.
"Que sejam imediatamente tomadas, pela Polícia Rodoviária Federal e pelas respectivas polícias militares estaduais – no âmbito de suas atribuições – , todas as medidas necessárias e suficientes, a critério das autoridades responsáveis do poder executivo federal e dos poderes executivos estaduais, para a imediata desobstrução de todas as vias públicas que, ilicitamente, estejam com seu trânsito interrompido", escreveu Moraes.
O ministro também estipulou para o diretor da PRF, Silvinei Vasques, em caso de descumprimento da ordem, multa de R$ 100 mil por hora e eventual afastamento do cargo. Moraes intimou Silvinei, o ministro da Justiça, Anderson Torres, todos os comandantes das polícias militares estaduais, o procurador-geral da República, Augusto Aras, e os procuradores de Justiça dos estados para tomarem "as providências que entenderem cabíveis, inclusive a responsabilização das autoridades omissas".
O ministro acrescentou que movimentos reivindicatórios não podem impedir o restante da sociedade de exercer seus direitos.
Para Moraes, pode configurar abuso "impedir o livre acesso das demais pessoas aos aeroportos, rodovias e hospitais, por exemplo, em flagrante desrespeito à liberdade constitucional de locomoção (ir e vir), colocando em risco a harmonia, a segurança e a Saúde Pública, como na presente hipótese".