O pernambucano e metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito pela terceira vez presidente do Brasil, neste domingo, 30 de outubro de 2022. O petista, que liderou uma ampla frente democrática, venceu o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), por uma diferença inferior a 2% dos votos válidos. Com isso, Bolsonaro torna-se o primeiro presidente a não conseguir se reeleger desde que essa possibilidade foi instituída, para as eleições de 1998.
A votação de Lula é a maior da história das eleições do país. Bolsonaro se manteve na frente da apuração, chegando a abrir quase dois pontos percentuais, até quase 68% dos votos apurados nacionalmente - quando o petista ultrapassou-o e não perdeu mais a liderança.
Aos 77 anos, será o mais idoso ocupante do cargo na história. Será sua terceira passagem pelo governo, que liderou em dois mandatos (2003-2010).
A apuração foi tensa. Na Zona Norte do Rio, provavelmente expressando um sintoma nacional, o silêncio marcou quase toda a apuração. Somente às 19h55min, houve uma explosão de alegria dos partidários de Lula, quando matematicamente já não havia mais possibilidade de Bolsonaro superá-lo. Às 20h, o Tribunal Superior Eleitoral totaliza 98,90% dos votos apurados - Lula com 59,65 milhões de votos, contra 57,69 milhões de Bolsonaro.
Operações policiais
Ao longo do dia, a votação foi marcada por denúncias de operações irregulares da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Federal e até das Forças Armadas, contrariando decisão do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal que as proibiu.
As operações foram denunciadas como uma tentativa de dificultar o voto das populações mais pobres e ampliar a abstenção, que favorecia Bolsonaro. As forças de segurança alegaram que atuavam contra supostas ações de compra de votos - em momento algum, no entanto, apresentaram evidências disso.
Lula e Bolsonaro venceram em em igual número de estados do país: 13 cada. Neste aspecto, Bolsonaro levou vantagem com a vitória no Distrito Federal. O Sudeste e o Sul foram dominados por Bolsonaro, com exceção de Minas Gerais - estado onde a votação foi mais acirrada e que de certa forma repetiu o resultado nacional, como, aliás, tradicionalmente acontece: ali, Lula venceu por uma diferença inferior a 1% - tendo estado atrás no placar ao longo de 97% da apuração.
No Nordeste, o cenário de polarização não existiu: a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva foi por larga margem de vantagem, como era esperado.