Nem a Polícia Federal, nem o Ministério da Justiça responderam às solicitações de esclarecimento sobre por que o ex-deputado federal Roberto Jefferson foi conduzido da sede da PF no Rio, na Praça Mauá, até o Instituto Médico Legal, na Leopoldina, de madrugada, sob sigilo e sem escolta policial reforçada.
*Vídeo no YT com a chegada de Jefferson ao IML*
A forma como o aliado do presidente Jair Bolsonaro foi conduzido chamou a atenção porque poucas horas antes ele havia disparado pelo menos 50 tiros de fuzil contra policiais federais, ferindo dois deles, um homem e uma mulher.
As imagens da chegada de Jefferson ao IML, na avenida Francisco Bicalho, foram divulgada com exclusividade pelo portal Sariguê News. Roberto Jefferson chega ao local conduzido por apenas um agente da polícia e sem escolas de segurança.
Misoginia
A revogação da prisão domiciliar de Jefferson, decidida pelo Supremo Tribunal Federal, foi motivada, principalmente, por um vídeo divulgado pelo aliado de Bolsonaro contra a ministra Cármen Lúcia, após decisão desta contrária à TV Jovem Pam News.
No vídeo, o presidente licenciado do Partido dos Trabalhadores do Brasil (PTB) chama a ministra, uma das três únicas mulheres a alçar o posto máximo na hierarquia do Judiciário no Brasil, de "vagabunda", "prostituta", "arrombada" e que gosta de "dar o rabinho". Não há notícias de ataques verbais públicos desta natureza contra ministros do STF na história do país.
Em prisão domiciliar, Jefferson não poderia postar vídeos nas redes sociais. No cumprimento da decisão de revogação da prisão domiciliar, Jefferson recebeu a tiros de fuzil e com granada os agentes da Polícia Federal que foram até a sua casa, em Comendador Levy Gasparian.